quarta-feira, 5 de maio de 2010

A guerra

Pertinácia de nossa distância
Estendida sobre tu: linha da ruína!
Nada fiz sobre o ocre chão molhado.
Caminhei solitário, entre mortos.
A roupa a um peso inacreditável
Compondo um homem que rangia dentes.
Minha cabeça enorme,
Ao afã,
Recebia o tamborilo frio e triste.

Meus braços compridos
Num poste que não conhecia,
O toco do cigarro pela correnteza
Que outrora carregou meu juízo.

Agora atravesso paredes,
Como se atravessasse corpos.
Agora, atravessando-te pelos avessos.
Agarro teus metais internos.
Por que não é assim que se atravessa?
A parede branca:
Ela é todo eu.
Esse todo eu que é tu.

Doce silêncio abafado
Por choros,
Antes seria mudez de aflitos.

Foste levada,
Carregada.
Ó velocidade escandalosa!
Dentre nossos adeus
Teu rosto lívido e perfeito,
Atenuava-se com a voz,
Tão distante.

Até, mulher que morre!

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